Afins

       POESIAS & CRÔNICAS  

(Afinidade em tudo que é dito à flor da alma)

 

A afinidade, sempre me pareceu ser a característica que sentencia ou não, um relacionamento ao definitivo. Quanto maior a afinidade, maior a cumplicidade, maior o enlace. Simples assim.

 

Mas diante da complexidade de um relacionamento diário, as afinidades passaram a me parecer um julgamento de quesitos que, em alguns deles, vão os pares ao encontro, e em outros, de encontro. Porém, a princípio, nada que aflija o respeito mútuo à individualidade alheia.

 

Mas com o passar dos anos, o respeito mútuo a essa tal individualidade, vinda da admiração, passa pela resignação e chega ao incômodo. E o que me parece insensato nisso tudo, é a ponderação no sentido matemático da palavra, que aumenta cada vez mais o peso nas divergências, e o diminui nas convergências, levando o resultado da relação ao negativo.

 

Talvez isso justifique a necessidade em se dar “um tempo” nas relações, para que os “pesos” aplicados inconscientemente aos “quesitos” sejam revalorizados segundo algum novo critério, que por ventura venha a surgir nesse período, dando um novo sentido ao relacionamento.

 

Toda essa teoria relacional serve apenas para aguçar o sentido da última linha do poema, quando faz referência a “Infinda poesia” de um relacionamento: “Não mais”. Que ironicamente, como se a infinidade da afinidade já não fosse tudo, insinua: “não mais que isso”. Ou contraditoriamente, afirma: “não é mais”.

 

Simples assim? Diga-nos lá, Ronaldo Bastos e André Sperling, sobre esses "Dois Corações", na doce voz de Nana Caymmi...

 

 

E assim como se resumiu aos "Dois Corações" na voz de Nana, coube a Raimundo Fagner e Fausto Nilo me resumirem à mesma pessoa, através de "A Mesma Pessoa"....

 

 

Ou é "Vento Forte"?